Código do trabalho sob chuva de críticas |
18-Set-2008 | |
Espera-se esta quinta-feira um debate agitado no parlamento sobre a
revisão do código do trabalho. Os partidos à esquerda do PS acusam o
governo de fazer o jogo dos patrões e diversos especialistas ouvidos
pela Agência Lusa confirmam o carácter nefasto do diploma para os
trabalhadores, que ficarão mais desprotegidos e com "menos vida". E
cresce a contestação ao governo com a greve da função pública a 1 de
Outubro, que se junta ao protesto da CGTP.
No parlamento serão apresentadas dezenas de propostas de alteração,
principalmente por PCP e BE, à proposta do governo de revisão do código
do trabalho. O Bloco vai retomar muitas das propostas que o partido
socialista defendeu quando era oposição ao governo Barroso/Bagão Félix,
nomeadamente a limitação a um ano dos contratos a termo, a redução do
horário para 35 horas e o fim da caducidade das contratações
colectivas. A deputada Mariana Aiveca considera que este código do
trabalho vem facilitar os despedimentos e torna os trabalhadores reféns
das arbitrariedades dos patrões ao nível dos horários de trabalho. Entretanto, também os sindicatos da Função Pública, afectos à CGTP, decidiram aumentar a contestação às propostas do governo marcando uma greve nacional para o dia 1 de Outubro, juntando-se assim ao protesto da CGTP, que "será um dia de grande agitação e participação dos portugueses em defesa dos seus direitos e contra o Código de Trabalho", sublinhou Ana Avoila.
A sindicalista sublinha que "a greve de 24 horas visa mostrar ao
Governo que os trabalhadores não estão dispostos a aguentar mais. A
administração pública faz parte do país e o executivo continua a ter
uma atitude autista, sem dar resposta às reivindicações dos
trabalhadores". |