UE-África: Cimeira Alternativa denuncia aumento das desigualdades e da pobreza
06-Dez-2007
Menino bosquímanoEm alternativa à Cimeira Oficial União Europeia-África, organizações não governamentais, sindicatos e outros movimentos sociais discutem em Lisboa políticas diferentes para combater as desigualdades e a pobreza no continente Africano, denunciando o agravamento desta situação com os Acordos de Parceria Económica e com o reforço dos controlos migratórios. Haverá iniciativas culturais, debates, e uma manifestação no Domingo. Vê aqui o flyer com o programa e consulta o blogue da iniciativa

Para Johannes Lauterbach, coordenador do ATTAC, apesar de a Comissão Europeia afirmar que a cimeira oficial se destina a aprofundar a parceria entre os dois continentes "na verdade a política comercial e a política de migrações da União Europeia é tudo menos uma parceria".

O ATTAC acusa a UE de ameaçar os países africanos com taxas alfandegárias sobre as suas exportações para o espaço europeu, e de lhes cortar a ajuda ao desenvolvimento, se estes se recusarem a assinar os Acordos de Parceria Económica (conhecidos pela sigla EPAs).

"Os EPAs aumentarão as desigualdades sociais e a pobreza em África e causarão mais emigração" afirmou Johannes Lauterbach, não deixando também de criticar a política de imigração da União Europeia. "Simultaneamente, a União Europeia reforça os controlos migratórios, que provocam a morte de milhares de pessoas no Mediterrâneo".

A Cimeira Alternativa Europa-África debaterá a política comercial e a política de migrações, a soberania alimentar, a agricultura, os recursos naturais e os direitos humanos. No Domingo, após o os participantes promovem ainda uma manifestação no centro de Lisboa, da Faculdade de Belas Artes até ao Rossio.