Cidadania com Tod@s
01-Set-2009

O concelho de Odemira é não apenas o mais extenso em área da Europa ocidental, mas também um dos mais ricos na sua diversidade natural, paisagística e humana.

 

Com uma extensa costa que é, em simultâneo, porta de saída do Baixo Alentejo para o mar e charneira entre o Litoral Alentejano e a Costa Vicentina, Odemira possui um vasto interior que sofre os efeitos da desertificação e não oferece, ainda, as contrapartidas da qualidade de vida num ambiente preservado.

 

Acreditamos, no entanto, que as oportunidades de desenvolvimento sustentável são maiores do que os problemas e constrangimentos existentes, alguns próprios da interioridade e outros característicos da pressão urbanística que ameaça o nosso litoral.

A chave para a resolução harmónica desta equação está no ordenamento do território.

 

Este constitui, aliás, o maior dos paradoxos vividos por Odemira e pelos concelhos vizinhos que integram o PNSACV. Ter parte significativa do território integrado num Parque Natural, em vez de ser um cacho de oportunidades para a melhoria da qualidade de vida, tornou-se frequentemente uma dor de cabeça para os residentes – e quase nunca para os especuladores.

 

Não nos conformamos com a realidade de um Parque auto-demitido das suas funções e com a direcção exilada em Faro, em conjunto com os da Ria Formosa e do Vale do Guadiana. E não permitiremos que o Parque sirva de biombo para fuga às responsabilidades próprias do poder local, como frequentemente acontece. Por isso, também, nos batemos pela regionalização.

 

À biodiversidade tem-se somado, nas últimas décadas, a multiplicidade étnica e cultural dos residentes no concelho. Depois de oriundos do Norte da Europa que aqui encontraram a excelência da paisagem e do clima, Odemira tem hoje a maior concentração de imigrantes que trabalham de sol a sol (pelo menos) na pecuária e na agricultura intensiva das estufas.

 

Além da exploração até ao limite desta mão-de-obra, são preocupantes os efeitos ambientais da agricultura intensiva na zona da charneca, saturando solos arenosos e de baixa capacidade de retenção com nitratos e outros metais e com cargas orgânicas que contaminam as linhas de água e o mar. Exigiremos a monitorização e a fiscalização eficientes que hoje não existem.

 

Defenderemos o acesso universal à costa e o domínio público marítimo, contra os PIN e os resorts para ricos que estão a estender os tentáculos de Tróia para Sul. As absurdas leis da pesca lúdica deste governo não passaram de mais um pretexto para “limpar a costa” do povo que nela vive ou a utiliza para o merecido lazer, em favor de actividades mais lucrativas…

 

Por tudo isto, defendemos e praticamos uma Cidadania activa com Tod@s e para Tod@s.

 

- Para @s do litoral e do interior – por isso escolhemos Colos para esta apresentação;

- Para @s residentes dentro e fora do Parque Natural;

- Para @s naturais do concelho e para todos os residentes – por isso nos orgulhamos de ter

  connosco imigrantes que não são meros figurantes nas listas do Bloco de Esquerda.