Respondendo ao apelo do movimento "Cidadãos do Sudoeste",
três mil pessoas concentraram-se em Odemira neste Domingo, 15 de Março, desfilando
pelas principais artérias da vila até à sede do Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e Costa Vicentina - PNSACV. O Bloco de Esquerda, que já tinha
apresentado um requerimento no parlamento, solidarizou-se com este protesto.
A exigência de suspensão imediata das Portarias 143 e
144/2009, que regulamentam a pesca lúdica, uniu residentes da zona, de vários
concelhos da costa alentejana e algarvia e até do interior do Alentejo, praticantes
há décadas da pesca de linha, do mergulho e da apanha de marisco como desporto
ou complemento alimentar.
O BE manifestou solidariedade a este protesto, que sucede ao
realizado em Sagres em 15 de Fevereiro. Em comunicado conjunto, as
Coordenadoras Distritais de Beja e do Algarve denunciam "estas medidas absurdas
e que carecem de sustentação científica" e "o que parece ser uma estratégia
deliberada para ilegalizar modos de vida ancestrais e tornar cada vez mais
insustentável a vida da maioria dos habitantes do Parque Natural", bem como a "obstinação
do governo em enxotar as populações do litoral e preparar a cama aos projectos
PIN que se estendem de Tróia para Sul e ameaçam transformar a costa mais
preservada de Portugal em coutadas para ricos".
No Parlamento, o BE já tomou uma posição, através de
requerimento que critica dois defeitos flagrantes da Portaria: parte de
um grande desconhecimento da realidade socioeconómica dos residentes no PNSACV
e demonstra falta de rigor científico no que diz respeito às áreas e ao período
de interdição. A deputada Alda Macedo questionou o governo sobre os objectivos
da portaria, tendo em atenção o impacto da pesca lúdica na preservação das
espécies marinhas em causa e apelou à revisão destas limitações.
O movimento "Cidadãos do Sudoeste" anunciou que, caso o
governo não ceda às reivindicações, nos próximos meses a luta baterá à porta do
parlamento.
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