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Porreiro, Pá! PDF Imprimir e-mail
24-Out-2007

Nós, comuns mortais, não estávamos lá, nem por perto… não o permitem as boas regras de segurança. Mas perante aquele abraço entre dois Zés – o Zé Manel de Bruxelas e o Zé Sócrates – só seres absolutamente insensíveis podem ignorar a química muito especial que se estabeleceu entre duas almas gémea e os fluidos espirituais condensados no grito: “Porreiro, Pá!”. Finalmente, depois de um Verão chocho, temos um Outono quente; depois dos empates e do murro de Scolari, o esplendor de Portugal ecoou nos confins onde a Europa se faz Ásia; e, depois de séculos de apagada e vil tristeza, eis a frase que acaba de entrar na História: “Porreiro, Pá!”.

Os “velhos do Restelo” não deixarão, contudo, de questionar as motivações íntimas daquele abraço puro e límpido, fazendo figas para que a fortuna não deixe durar muito o estado de felicidade bem merecido por aqueles dois seres. É ou não verdade que ambos trabalharam arduamente pela nossa felicidade, nos últimos seis anos? Em nome do Pacto de estabilidade, a que outros chamaram estúpido, elevaram o IVA aos píncaros da Europa! O Zé Manel, depois do desempenho inexcedível como mordomo na cimeira de guerra dos Açores, foi premiado com a nomeação para Bruxelas. Mas deixou a pasta bem entregue, primeiro nas mãos de Santana que, por sua vez, passou o testemunho a Sócrates. Depois do abraço apertado do Parque das Nações, aumenta a expectativa pelo frente-a-frente parlamentar entre o Pedro e o Zé, no próximo debate do orçamento! Alguém duvida que vai ser porreiro, pá?

Afinal, não estamos num país só de pelintras. Onde mais seria possível a um filho em dificuldades, por azar nos negócios ou ao jogo, por devaneios próprios da idade (apesar dos cabelos brancos), obter o perdão de 12,5 milhões de um banco, por coincidência dirigido há muitos anos pelo seu paizinho? Deixem-se de paleios sobre o microcrédito e o comércio justo, revejam-se neste exemplo de solidariedade e de respeito pelos valores da família! Melhor ainda: para ignomínia dos habituais detractores das boas famílias, provando que há homens acima de toda a suspeita, o paizinho sacou da carteira (ou do livro de cheques ou do cartão de crédito…) e, de um só golpe, cobriu os 12,5 milhões em dívida, com a tranquilidade de espírito só possível ao fim de uma vida de trabalho e que bem merece a bênção da Opus Dei. São elites destas que construíram a nossa grei!

Mas há outro país: o dos Zés e das Marias rascas que pouco ou nada têm, a não ser a inveja que os rói perante o sucesso dos iluminados. Evidentemente, têm de ser mantidos na ordem, de bico calado e cinto bem apertado, para não se meterem em políticas e sindicatos – como os 200 mil ingratos que tentaram estragar a festa do Parque das Nações, manifestando-se e chamando “mentiroso” ao novo Zé da Europa. Imagine-se! Ainda bem que as televisões não lhes passaram muito cartão e logo foram abafados pela cimeira europeia onde, além dos nossos Zés, pontificou a nova estrela francesa Sarkozy – o tal que não hesita em chamar “escumalha” a essa gentinha!

Mas também por terras de França multidões de ingratos desceram às ruas de Paris e de dezenas de cidades, cortando a luz do próprio Palácio do Eliseu, em protesto contra o “novo contrato social”, lá como cá, em nome da flexigurança. E, ainda por cima, já reclamam um referendo ao novo Tratado Reformador que, como se sabe, nada tem a ver com a Constituição Europeia, a começar pelo nome… E então para que serviram os meses de trabalho de bate-chapas da presidência alemã, brilhantemente concluído pelos nossos Zés da Europa? Deviam era reflectir sobre o seu grau de imaturidade democrática que os fez chumbar o projecto de Constituição, em 2005. Da Holanda, esse paraíso das drogas, nem vale a pena falar…

Enfim, paradoxos da Europa e do mundo que bem podia viver em estado de êxtase se seguisse os bons exemplos, a começar pelos dos nossos Zés e a acabar no Sr. Bush. Bem, aquilo do Iraque não correu lá muito bem, a Turquia ameaça entornar o resto do caldo, nos Balcãs a coisa continua feia… Ao menos façam como o paizinho banqueiro e honrem as dívidas. Ou acham que merecem ganhar mais de 4 euros à hora e a recibo verde, como alguns que se dizem professores? Finalmente, temos um Zé com pulso, capaz de meter na ordem os madraços, cá e na Europa. E, se for preciso, pomos-lhes os telefones sob escuta. Ou julgam-se mais do que o Procurador? Isto está porreiro, pá!

Crónica semanal na Rádio Pax – 23/10/2007

  
 
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