Em greve desde 16 de Fevereiro,
mineiros da Somincor reivindicam 100 euros no aumento do subsidio de
fundo e o pagamento pelo trabalho do Dia de Sta. Barbara, padroeira
dos mineiros.
Cerca de 200 trabalhadores da mina de
Neves Corvo (Castro Verde), em greve há 15 dias, manifestaram-se na quarta-feira, 10 de Março, em Beja para "dar expressão de rua" à
luta e admitem ir a Lisboa "pedir responsabilidades" ao
primeiro-ministro.
Os trabalhadores, sobretudo mineiros,
deslocaram-se de Castro Verde a Beja em várias viaturas e dois
autocarros, foram em manifestação até ao Governo Civil.
"A luta continua" e "Mineiros
unidos jamais serão vencidos" foram as "frases de ordem"
mais entoadas pelos manifestantes, que, à frente da coluna, levavam
uma faixa com as razões da greve e do protesto: "Pelo aumento
do subsídio de fundo, pela comparticipação de Sta. Bárbara, a
luta continua".
Alguns trabalhadores empunhavam
cartazes, onde se lia: "Explorar minério sim, explorar mineiros
não", "Aumento do subsídio de fundo, não é nada do
outro mundo", "Sta. Bárbara padroeira, comparticipação
inteira" e "A administração está em dívida com os
trabalhadores".
Uma delegação dos trabalhadores
reuniu-se com um adjunto do Governador Civil, Manuel Monge, que
estava ausente. O adjunto disse que a concessionária da mina, a
Somincor, só negoceia se os trabalhadores suspenderem a greve".
Mas o dirigente do Sindicato dos
Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto disse que
"para suspendermos a greve não aceitamos imposições prévias
e tem que haver uma proposta para levarmos à consideração dos
trabalhadores". E prosseguiu: "Face à ausência dessa
proposta, não nos resta outra hipótese senão dar continuidade à
luta".
Segundo Jacinto Anacleto, o "próximo
passo" dos trabalhadores da Somincor, se continuarem a não ser
ouvidos, será ir a Lisboa "pedir responsabilidades,
nomeadamente ao primeiro-ministro".
A Somincor está a "substituir
trabalhadores em greve", o que "é proibido" e
constitui "uma violação muito grave", acusou ainda o
sindicalista, referindo que o STIM já pediu a intervenção da
Autoridade para as Condições do Trabalho, que "nada fez até
ao momento".
Desde o primeiro dia, a adesão à
greve tem-se mantido "acima dos 90 por cento" nos turnos
das 06.00, 14:00 e 22:00, que abrangem os trabalhadores do fundo da
mina, disse, referindo que a greve está a afectar a produção da
mina.
Os mineiros estão em greve desde 16 de
Fevereiro e reivindicam 100 euros no aumento do subsidio de fundo e o
pagamento pelo trabalho do Dia de Sta. Barbara, padroeira dos
mineiros.
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