O concelho de Odemira é não
apenas o mais extenso em área da Europa ocidental, mas também um dos mais ricos
na sua diversidade natural, paisagística e humana.
Com uma extensa costa que é, em simultâneo, porta de saída do Baixo Alentejo
para o mar e charneira entre o Litoral Alentejano e a Costa Vicentina, Odemira
possui um vasto interior que sofre os efeitos da desertificação e não oferece,
ainda, as contrapartidas da qualidade de vida num ambiente preservado.
Acreditamos, no entanto, que as
oportunidades de desenvolvimento sustentável são maiores do que os problemas e
constrangimentos existentes, alguns próprios da interioridade e outros
característicos da pressão urbanística que ameaça o nosso litoral.
A chave para a resolução
harmónica desta equação está no ordenamento
do território.
Este constitui, aliás, o maior
dos paradoxos vividos por Odemira e pelos concelhos vizinhos que integram o PNSACV.
Ter parte significativa do território integrado num Parque Natural, em vez de
ser um cacho de oportunidades para a melhoria da qualidade de vida, tornou-se
frequentemente uma dor de cabeça para os residentes – e quase nunca para os
especuladores.
Não nos conformamos com a
realidade de um Parque auto-demitido das suas funções e com a direcção exilada
em Faro, em conjunto com os da Ria Formosa e do Vale do Guadiana. E não
permitiremos que o Parque sirva de biombo para fuga às responsabilidades
próprias do poder local, como frequentemente acontece. Por isso, também, nos
batemos pela regionalização.
À biodiversidade tem-se somado, nas últimas décadas, a multiplicidade étnica e cultural dos
residentes no concelho. Depois de oriundos do Norte da Europa que aqui
encontraram a excelência da paisagem e do clima, Odemira tem hoje a maior
concentração de imigrantes que trabalham de sol a sol (pelo menos) na pecuária
e na agricultura intensiva das estufas.
Além da exploração até ao limite
desta mão-de-obra, são preocupantes os efeitos ambientais da agricultura
intensiva na zona da charneca, saturando solos arenosos e de baixa capacidade
de retenção com nitratos e outros metais e com cargas orgânicas que contaminam
as linhas de água e o mar. Exigiremos a monitorização e a fiscalização
eficientes que hoje não existem.
Defenderemos o acesso universal à costa e o domínio público marítimo, contra os PIN
e os resorts para ricos que estão a
estender os tentáculos de Tróia para Sul. As absurdas leis da pesca lúdica
deste governo não passaram de mais um pretexto para “limpar a costa” do povo
que nela vive ou a utiliza para o merecido lazer, em favor de actividades mais
lucrativas…
Por tudo isto, defendemos e
praticamos uma Cidadania activa com
Tod@s e para Tod@s.
- Para @s do litoral e do
interior – por isso escolhemos Colos para esta apresentação;
- Para @s residentes dentro e
fora do Parque Natural;
- Para @s naturais do concelho e
para todos os residentes – por isso nos orgulhamos de ter
connosco imigrantes que não são meros figurantes nas listas do Bloco de
Esquerda.